ACUPUNTURA JAPONESA – UMA OUTRA HISTÓRIA

Acupuntura japonesa tem uma história própria com diversas características que a diferenciam das escolas chinesas. Saiba um pouco dessa medicina tradicional japonesa, seus pontos fortes e virtudes e por que sua acupuntura é tão eficiente e precisa.

ACUPUNTURA JAPONESA – UMA OUTRA HISTÓRIA

Embora saibamos que a acupuntura se originou da China há muitos milhares de anos, a Acupuntura nunca foi uma ciência e muito menos se constituiu através de uma única escola. Aliás, essas medicinas de meridianos se espalhou por vários países da Ásia e está presente no Vietdo japão para chinanã, Japão, Tibet e tantos outros que foram área de influência da cultura chinesa ao longo da história.

Embora possamos falar, por conta do contexto cultural comum, de mesmos fundamentos nos clássicos de acupuntura, cada uma das regiões, famílias, grupos e países constituíram escolas muito diferentes. E é um equívoco considerar que o padrão chinês, ensinado nas universidades chinesas, seja o único e quiçá o mais eficaz.

Toda padronização acarreta uma perda de diversidade e isso sempre é ruim para o conhecimento florescer.

Para contrapor as escolas de acupuntura japonesa que queremos apresentar ao leitor, é importante entender o que é a Medicina Chinesa Moderna, padronizada sob o olhar e ideologia materialista histórica não é a única. A MTC ou Medicina Tradicional Chinesa é o nome da padronização pedagógica que se realizou na China comunista nas últimas décadas e que recebe estudantes estrangeiros desde a década de 80. Esse padrão buscou formar, artificialmente e por pressão política, um corpo teórico de saber médico que reunia, na verdade, diversas práticas. Entre essas práticas, estão a fitoterapia chinesa, a massagem, as práticas de saúde tradicionais como qi gong e tai chi chuan e a acupuntura. Todas elas foram reunidas num corpo único e artificial, que acarreta um enorme descompasso teórico e prático que conhecemos hoje, pois tudo tinha que caber dentro do padrão MTC e o que não cabia foi politicamente deixado de lado.

Um dos principais problemas da MTC para o praticante no Brasil é o sistema de diferenciação de padrões ou síndromes. Este sistema é fundamentalmente aplicado no uso da principal terapêutica da MTC que é o sistema de fitoterapia chinês, extremamente eficaz dentro desse sistema e a que não temos acesso prático, pois não temos acesso às ervas chinesas.

Hoje, as indústrias farmacêuticas de fitoterápicos chineses tentam entrar no Brasil. Veja bem: nada tem a ver com fazer chá em casa ou beber tintura como alguns tentam fazer, que é interessante, mas é outra coisa. Estamos falando aqui de remédios em produção mundial por grandes grupos econômicos que, por sua vez, investem nesta pesquisa na própria China.

remedio chines

remedio chines

A acupuntura se torna secundária na China. Mas não é o que acontece no Brasil, onde os praticantes de MTC, quase sempre, só dispõem de agulhas e moxa.

O resultado disso é o uso de livros como do Macioccia, conhecido por suas fórmulas e empresa de remédios patenteados, mas cujos tratamentos propostos com agulhas em seus livros funcionam muito pouco.

Esse equivoco de usar diferenciação de síndromes para tratamentos com agulhas já é reconhecido nos EUA e cada vez mais em outros países que recebem outras influências na prática de acupuntura. Isso tem permitido um ressurgimento de escolas tradicionais focadas nas terapias de meridianos e é nesse contexto que se destacam as escolas de acupuntura japonesa.

Ao longo da história, a acupuntura japonesa, tem uma forma completamente diferente de transmissão e se vê associada a prática em consultório por praticantes não-médicos como no Brasil e isso é o que faz com a acupuntura japonesa seja tão criativa e inovadora. Enquanto arte, a acupuntura se revela ao praticante e não através dos livros, mas através do seu exercício.

Uma bela imagem dessa forma de transmitir está na imagem do senhor Miaggui do fime Karatê-Kid. Neste clássico do cinema o jovem aprendiz tem que realizar uma série de repetições para chegar a maestria da arte e precisão, uma pedagogia da prática, um ensinamento moral. Assim, muito mais do que apenas uma ciência de cuidar, se torna uma prática de desenvolvimento moral ou espiritual e artística. Praticar, praticar e praticar, depois praticar mais um pouco.

mestre japonês

Assim com o Zen Budismo que se tornou a forma mais eficaz de prática de meditação budista e o modelo do Toyotismo que revolucionou o mundo industrial, também vale para acupuntura a frase do primeiro ministro japonês representativa dessa cultura de precisão e eficiência.

“Copiar para criar, criar para competir, competir para vencer.”

espírito da acupuntura japonesa

espírito da acupuntura japonesa

A arte japonesa de acupuntura é praticada num contexto mais próximo do Brasil, por praticantes particulares em busca de resultados e agulhamentos sem dor e eficiência.

Por isso, as agulhas japonesas são mais finas, o tubo condutor da agulha, que também foi desenvolvido no Japão, aumenta a precisão e diminui a dor.

Mas mesmo o uso do tubo precisa muita prática e destreza e quando adotado nas escolas chinesas nem sempre consideram ensinar o uso correto das agulhas.

Eis algumas características das escolas de Acupuntura Japonesa:

 

  1. – precisão no agulhamento,
  2. – pontos são sempre sensíveis e palpáveis no canal(comumente em localizações bem diferentes das chinesas e mais eficazes também),
  3. – uso de moxa refinada diretamente sobre os pontos(okyu),
  4. – uso de magnetos e fios iônicos (mestre manaka),
  5. – ênfase nos tratamentos de raiz,
  6. – método claro através da palpação de pontos,
  7. – resultados imediatos para verificação do tratamento,
  8. – palpação abdominal liberando o hara,
  9. – ênfase nas terapias de meridianos sobre os padrões de órgãos e vísceras,
  10. – qualidade de arte transmitida diretamente dentro das linhagens familiares.

Se você ainda tem preconceito e não conhece a acupuntura japonesa, eis aqui o curso de acupuntura japonesa que cobre todos os elementos acima.

Alguns livros estão finalmente sendo traduzidos ao português como os livros do mestre Shudo Denmai que é um bom começo de leitura também, para quem lê inglês o mundo é infinito e o campo extremamente fértil.

Tal como o Zen, é fundamental ir direto ao ponto.

About The Author

Mario Fialho

Mário Fialho é pai do Miguel Luz, professor na multiversidade, clínica e escola em Niterói. Vive dedicado a escrever, ensinar e a cuidar de tudo que é bom, belo e verdadeiro com simplicidade. E agradece a sua visita.