Fiquei sabendo hoje, domingo de páscoa que morreu Sai Baba. Estou chorando muito, quis tantas vezes ir a Ãndia visitá-lo foi o primeiro pensamento, mas não precisei, ele visitou meu coração tantas vezes e quero agradecer profundamente.
Conheci Sai Baba e seus ensinamento na minha juventude e quero deixar esse testemunho, pra mim mesmo, esses rastros de uma vida em busca de integralidade de um ser humano mais pleno de uma possibilidade de saúde e plenitude pra toda a humanidade.
Tive uma criação na cultura ocidental e não sei bem como fiquei conhecendo Sai Baba, minhas primeiras lembranças são de um programa de TV e depois chegava ao centro sathya sai baba de Niterói. Me lembro da cerimônia com câfora e dos devotos todos cantando aquela lingua estranha aos pés do guru com girlandas de flores.
Ali fiz muitos amigos, ganhei livros sobre tantos santos do oriente, lia os livros da organização sai que se formava. Era o ano de 1995 e frequentei ativamente por alguns anos, meu último contato foi na fundação da fundação de educação em valores humanos em São Paulo.
Cantavamos canções em sanscrito, mas também cantos de todas as religiões. Ali ouvi as primeiras menções pra Krishna, apredi mais sobre o Budismo, Sikhis, Mulçumanos na mensagem simples e profunda de que “há apenas um Deus que é o Deus do amor e uma só linguagem a linguagem do coração.â€
Todos os anos muitos amigos viajavam pra Ãndia trazendo relatos e experiências incrÃveis, objetos materializados e tantas outras manifestações extraordinárias. Enviei certa vez uma carta ao avatar, aquele que desceu dos céus para nos libertar. Cantar pra shiva, ganesha, krishna, lakshimi e tantas deidades do panteão hindu ao lado dos cantos pra jesus, buda, allah.
Essa unidade das crenças e das religiões, essa tolerância fundamental por todos os nomes de Deus esse saber profundo de que o que nos une é muito maior e fundamental do que o que nos separa, tudo isso aprendi dos textos, discursos e ensinamentos de sai baba.
Os primeiros glossários com termos em sanscrito como karma, dharma, dharshana e prashadas também.
Faziamos cerimônias dos coquinhos nos dias de ganesha e também cantavamos 24 horas sem parar mantras e cânticos devocionais de todas as culturas.
Na tradição oriental, o papel da devoção Bakti é muito importante e eu considero esses anos talvez os mais transformadores de todas as vivências espirituais que tive, o amor, a devoção de todos na casa que tinha uma privilegiada visão do por-do-sol na baia de guanabara foram muito marcantes. Aprendi a tocar as primeiras combinações na tabla e participei também na escolinha de valores humanos sai.
Reuniamos as crianças para contar histórias, cantar, meditar e falar de valores humanos. Hoje eu tenho noção do privilégio que foi ter vivenciado tudo isso tão novo. Me lembro da alegria e da energia positiva que ficava na sala que vinha com cheiro de nag champa. Ontem nas minhas anotações estava – comprar nag champa. Anos que não uso insenso na minha fase mais seca do trabalho espiritual. Mas fico feliz do perfume e da devoção que sai baba e seus devotos deixaram comigo.
Quero ainda, no futuro breve, montar uma escola sob a orientação da educação de valores humanos inspirada nos ensinamentos de Sai Baba.
Amar a todos, servir a todos… virou lema do Hard Rock café, mas é a sintese mais profunda dos ensinamentos de swami.
Agradeço também ao querido professor Hermógenes pelas palestras, pelos livros e pela sublime presença na minha juventude. Agradeço e sinto o privilégio que foi toda essa vivência entre os devotos de Sai Baba.
Om namah shivaia, o namoh namah shivaia, om.
Om sai ram
Swamiji
“Somos todos uma grade famiÃlia, um só Deus, um só coração, e o amor é a nossa religião.”