Reflexão crítica sobre o uso religioso do daime (ayuhasca, oasca)

Sinonímia: planta de poder, daime, oasca, enteógena, psicoativa, alucinógena.

Motivação: Escrevo este artigo para relatar minha experiência com o uso dessa substância por mais de 15 anos e fazer uma auto-avaliação.

Pontos fortes do uso da substância: O daime amplia artificialmente a consciência, podendo conduzir e estados alterados de consciência com experiências de clarividência, transcomunicação, telepatia e retrogocnições. Embora nem todos relatem essas experiências.

Pontos fracos: Embora as visões provocadas pelo chá possam ser muito transformadoras, seu conteúdo, tal como conteúdos oníricos, se perdem e não  são facilmente integrados pela consciência lúcida.

Uso medicinal: O chá é usado em processos para auxiliar o parto e tem efeitos anti-depressivos comprovados.

Bioquímica: Processada no fígado, a substância DMT dimetil-triptamida bloqueia a recaptação da serotonina levando o neo-córtex a uma hiperativação.

Dogmas: O uso religioso do daime reforça dogmas e mitologias, afastando a racionalidade e submetendo os usuários a linhas espirituais de pouco esclarecimento.

Planta professora: Conhecida como uma planta ensinadora, os insights pessoais transmitidos pelas entidades extrafísicas são, muitas vezes, processos de fascinação.

Parapsiquismo: Embora indutora de estados alterados de consciência, o uso da substância não leva ao desenvolvimento de capacidades mediúnicas, sendo seu uso acompanhada de processos anímicos como na maioria dos fenômenos mediúnicos.

Música: Embalados por hinos, alguns lindíssimos, os trabalhos espirituais com daime conduzem a estimulação do psicossoma em detrimento do mentalssoma, ou seja, são emocionalidades com pouco esclarecimento. Mesmo assim, o raport da música com os estados emocionais podem facilitar desbloqueios emocionais.

Canto e musicoterapia: O fato de se cantar e se deixar envolver pelas músicas em ritmos sincronizados durante horas já conduz a uma “musicoterapia”.

Drogas: É comum entre seguidores do Sebastião Mota o uso de maconha nos rituais de Santo Daime, chamada por santa maria e também de cocaína, chamada também de santa clara. Outros grupos são fortemente contra essa prática ilegal.

Tráfico: Os grupos religiosos cobram pela bebida que é produzida muita vezes em monoculturas no norte do país e distribuídas pelo sul com lucros exorbitantes, a venda para a Europa também ajuda a financiar as chamadas igrejas.

Curas: Embora eu nunca tenha presenciado, parece que existem relatos de curas obtidas através do uso da substância, acho que são possíveis, tal como qualquer outra cura espiritual.

Espiritualidade: Existem muitas linhas e trabalhos com daime no Brasil, mas nenhuma que eu conheci faz um estudo recional dos processos extra-físicos, levando ao fanatismo religioso e a crenças irracionais.

Criatividade: Pelos seus efeitos cerebrais, muitos artistas usam da substância para promover lampejos de criatividade, mas como outros processos tóxicos, esses lampejos não duram.

Surtos: O uso da substância pode, raramente, levar a surtos tanto maníacos quanto esquizofrênicos naturalmente relacionados a problemas de assédio.

Emoções: O chá, por sua forte atuação sobre fígado leva a liberação de conteúdos emocionais reprimidos, podendo ser utilizado no tratamento de problemas emocionais e psicológicos.

Medicina chinesa: o fígado controla o livro fluxo das emoções e as visões oníricas, tanto uma quanto a outra função do fígado são fortemente afetadas pelo chá.

Veneno: É comum o vômito, sudoreses e diarréia com o uso da substância que pode ser explicada como uma tentativa do organismo se livrar do chá, com o tempo, se acostuma com o chá e as “limpezas”, como são entendidos esses processos, tendem a diminuir.

Evolução: Nos anos que bebi regularmente o chá, eu observei poucos processos de transformação pessoal evolutivas, principalmente no sentido da autoorganização, disciplina e efetividade.

Linhas: As linhas que entrei em contato foram Cefluris, Ceflulc, UDV, Barquinha e Xamânicas e de Unificação do Daime com a UDV. Cada qual são bem diferentes tanto na sua organização quanto no seu holopensene, ou seja, nas entidades que acompanham os trabalhos.

Assediadores: De todas as linhas a que mais me parece uma organização extrafísica com mega-assediadores é o Cefluris.

Guias-cegos: Não posso afirmar que todas as consciências extrafísicas que se aproximaram de mim nesses anos todos foram guias-cegos, mas hoje, avaliando melhor, considero que a maioria deles foram guias-cegos por melhores que fossem suas intenções.

Poder: Muitos hinos chamam por poder e por batalhar um processo energético altamente assediador e insuflador do ego.

Descrença: Sugiro que não acredite no que está aqui, foi a minha experiência, e se quiser conhecer o daime ou vegetal, visitem a UDV ou o Ceflulc que foi onde tive minhas melhores experiências.

About The Author

Mario Fialho

Mário Fialho é pai do Miguel Luz, professor na multiversidade, clínica e escola em Niterói. Vive dedicado a escrever, ensinar e a cuidar de tudo que é bom, belo e verdadeiro com simplicidade. E agradece a sua visita.