O coração pulsante de uma escola é sua pedagogia; nos anos de experiência da multiversidade, essa é a nossa sÃntese:
Só o conhecimento que te transforma é teu.
Compreendemos, na tradição pedagógica de Paulo Freire, de mãos dadas a Jung e nos exemplos de de Ken Wilber e Aurobindo, que encarnamos, enquanto seres humanos, uma experiência de aprendizado perene.
Já sabemos que o grande desafio do nosso tempo é conseguirmos uma sÃntese pedagógica que não gere tanta dissociação. E isso não será feito com as máquinas, embora com a ajuda delas também, não será feito com novas leis, ou com novos governos, embora seja fundamental incluirmos essas dimensões todas. Mas fundamentalmente, precisará ser feita com EXEMPLOS e VIVÊNCIAS que guardam em si o  poder virulento e transformador do mundo. Em sÃntese: – Sejamos a mudança.
O conhecimento que acreditamos construir  na multiversidade é o conhecimento que nos transforma. Na escola, aprender e ensinar são as duas forças do encontro pedagógico que é transformador sempre. Não há que falar em saberes que não vivemos, e conhecimento que não experimentamos em teorias que não aplicamos. Se conhecimento só é teu quando te transforma e se só podemos dar do que temos. Então, não temos outra escolha senão sermos o que ensinamos. Em inglês: “walk your talk”.
É preciso, portanto, relembrarmos que informação não é conhecimento. Cada vez mais, vivemos em overdose de informação circulando, mas vemos muito pouco aprendizado. Recebemos muito mais do que temos tempo de processar e isso, evidentemente, colabora para nosso adoecimento perante nossa própria humanidade.
Como nunca antes a aprendizagem também está disponÃvel, mas porque aprendemos tão pouco? Isto é bem simples: Porque aprendizagem demanda esforço, demanda prática, demanda treinamento que exercite capacidades novas. Tal como fibras musculares, criamos e modelamos nossos cérebros em “neo-sinapses”.
Com cada visão de mundo que incluÃmos no aprendizado, cada perspectiva que tomamos, cada versão da história que consideramos nos tornamos mais e mais videntes. É como se ganhássemos novos órgãos, novos olhos e novos olhares. A partir de então, nos tornamos capazes de até mesmo e, principalmente, interpretar nossa própria história de forma diferente.
Assim, na multiversidade nossa pedagogia é sempre uma teragogia – sim acabo de criar esse termo (olhei no google) – uma teragogia é uma terapia pedagógica. Pra compreender PERGUNTAMOS:
O que é pedagogia? Pedagogia é a arte de conduzir e facilitar o processo de aprendizagem.
O que seria terapia? Terapia é a arte de conduzir e facilitar o processo de cura.
O que há em comum entre a cura e a aprendizagem? Eu adoraria ficar um tempo longo falando das belas raÃzes etimológicas da cura e do aprendizado e do seu potencial de transformação. Mas se o que estou dizendo faz sentido você já sabe! Se pergunte, pergunte-se! O que há em comum?
Quero sintetizar dizendo que aprender e cura-se são tão convergentes que podemos definir a condição humana dessa forma: – O homem é um ser para o cuidado e para o aprendizado do cuidado. Por isso, a nossa missão na multiversidade é exatamente essa: cuidar e ensinar a cuidar de tudo o que é bom, belo e verdadeiro com simplicidade.
Apresentamos assim a na nossa TERAGOGIA. Acolhemos todos na condição de aprendizes e juntos passarmos por um processo de descobertas das possibilidades de se tornar um terapeuta-paciente. Esse binômio significa que se você quiser ser um estudante da multiversidade o pré-requisito é um só: Que você esteja disposto a aprender-se-curando.
A proposta é tão radical e diferente que não saberÃamos fazer de outra forma. Não temos como ensinar a cuidar se não somos expostos à nossas próprias fragilidades e isso é tão antigo quanto à história; quem ensina são os fundadores da medicina da antiguidade.  Nos mitos antigos da grécia, Kyron – o curador ferido que busca sua cura e acaba encontrando a cura para os outros – não é nada mais do que a expressão dessa intuição fundamental de que para cuidar bem precisamos ser bem cuidados.
Fica, então, o convite para nossa TERAGOGIA, nos encontrarmos e aprendemos fazendo, passando pelo processo, encenando aqui os cosmodramas e praticando num microuniverso de encontros que possibilitam a transformação que nem imaginamos o alcance e profundiadades.
Mais uma vez: só o conhecimento que te transforma é teu.
Mário Fialho
É professor e psicoterapeuta.
E se dedica à TERAGOGIA NA MULTIVERSIDADE.COM